Serviço Militar Na Coréia

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     Bem, todos já sabemos um pouco sobre a questão dos K-Idols masculinos serem alistados no exército durante dois anos, mas ainda sim surgem questões sobre esse assunto, coisas das quais não conseguimos compreender sobre o exército Sul Coreano e por que esse alistamento se tornou obrigatório. Para tirarmos todas as dúvidas resolvi fazer este post do qual trás alguma informações sobre o assunto, lembrando que o mesmo não é de minha autoria por isto os créditos estão voltados ao link acima na legenda da ilustração...

A maior parte as fãs do entretenimento coreano estão algo familiarizadas com a instituição da Coreia do Sul do serviço militar obrigatório. Basicamente, todos os homens sul-coreanos que têm entre 18 e 35 anos são obrigados a alistar-se durante uns anos, e as celebridades não estão isentas.
As celebridades que têm um repertório de lesões podem trabalhar na área de serviços públicos em vez de prestarem serviço militar ativo [N/T: ou seja, prestarem serviços enquanto soldados], como foi o caso de Heechul. Podem também servir como ‘soldados celebridades’ a cargo das relações públicas e morais, como no caso de Lee Jun Ki e RainSe7en e Yoo Seung Ho estão entre as celebridades que escolheram o serviço regular; Hyun Bin foi ainda mais longe ao ingressar na marinha.
Isto pode ser perturbador para as fãs, especialmente para pessoas provenientes de países que não têm esta exigência. Porque é que os homens sul-coreanos são forçados a se alistar, e, se a Coreia do Sul insiste em tal política, porque só os homens são obrigados a segui-la?
Primeiro, isso começou mesmo com o envolvimento dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos tinham reprimido os seus sentimentos anti-comunistas em favor do ‘anti-fascismo’ (ou seja, anti-Alemanha e anti-Japão). Durante a ocupação japonesa da Coreia, forçar o Japão a sair foi considerado prioritário, levando os EUA a fazer um acordo com a URSS comunista em relação à ocupação da Coreia após a guerra.
Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, contudo, os EUA tinham desenvolvido uma paranoia anti-comunista. Como parte da transição para a soberania coreana,  os EUA tentaram dar posse a líderes nomeados pois temiam que o governo popular que fora organizado em exílio durante a ocupação japonesa fosse secretamente comunista. Ou algo do gênero. Foi posta em ação a psicologia inversa e os coreanos comunistas, que iam originalmente aceitar o movimento coreano mais popular, atacaram violentamente, levando a um puxa-empurra violento que culminou na guerra coreana. A URSS e a China comunista apoiaram a Coreia comunista no lado Norte e os EUA apoiaram a Coreia Nacionalista no Sul. Contudo, os EUA não quiseram arriscar uma repercussão do ocorrido que poderia suceder ao expulsarem completamente os comunistas da Coreia, decidindo-se por isso a deixar que a Coreia resolvesse as suas tensões políticas por si mesma. Além disso, a URSS recusara-se a cooperar com os planos das Nações Unidas de fazer eleições nacionais livres nas duas zonas coreanas, e, como resultado, um Estado Comunista foi permanentemente estabelecido sobre auspícios soviéticos no Norte, e um Estado pró-ocidental foi estabelecido no Sul. 
A Coreia do Norte é agora um país secreto que poderia nivelar inesperadamente armas de destruição em massa contra qualquer país à sua escolha, mas em especial contra a Coreia do Sul, sua vizinha mais próxima e também grande aliada do seu inimigo jurado, os EUA.
1.3% dos sul-coreanos está em serviço militar ativo, e a maioria deles provavelmente por obrigação.0.5% dos norte-americanos está em serviço militar ativo por escolha própria. Por isso, falando em termos proporcionais, a Coreia do Sul tem a maior força militar. Em números atuais, contudo, a força militar ativa da Coreia do Sul é menos de metade da força militar ativa dos EUA. Quais as outras diferenças entre atacar a Coreia do Sul e atacar os EUA?
Os EUA não têm muitas pessoas como reservas, mas estes não iriam apreciar um ataque nuclear direto; cada homem/mulher militar morto por um ataque desses iria previsivelmente ser substituído por muitos outros recrutas. Apesar do sentimento anti-guerra ser muito forte nos EUA, tal não levaria apenas a uma indignação por parte da opinião pública face a tal ataque, o tamanho da população é tão grande que haveria provavelmente um grande número de pessoas a se inscrever quer os pacifistas mudassem ou não as suas mentes.  Já pelo contrário, a Coreia do Sul tem uma força gigante de reservas, suficiente para que o seu número total corresponda ao total dos EUA em mão-de-obra, mas isso é sobretudo porque os homens da Coreia do Sul são obrigados a ficar em reserva durante alguns anos após os seus dois anos de serviço.  A Coreia do Sul teria de mobilizar uma proporção da sua população muito mais larga para lutar a mesma guerra.
É verdade que é aliada dos EUA, mas os EUA não são conhecidos como os aliados militares mais confiáveis para com países asiáticos, por isso a assistência deles poderia não ser considerada como um risco muito grande caso a Coreia do Norte decidisse reunificar a Coreia à força. Se a Coreia do Sul não obrigasse os seus homens a alistar-se, poderia encontrar-se com uma vulnerável falta de pessoal num momento crítico de surpresa.

Porque só os homens é que são chamados? Até recentemente, as mulheres não tinham sequer a opção de se alistar no que quer que fosse.  O ROTC [Reserve Officers' Training Corps] da Coreia do Sul abriu-se agora para as mulheres mas ainda não são obrigadas como são os homens. A razão “as mulheres normalmente não são adequadas para serem soldados e por isso não deveriam ter os mesmos requerimentos militares que os homens” é uma opinião geral. Esta suposição não é restrita a alguns países. Basta pensar na ideia ainda assente que as mulheres devem cuidar da casa, cozinhar, cuidar dos filhos, e que esses cargos devem ser mais para elas do que para eles [os homens]. Mas para além disso, a Coreia do Sul é culturalmente muito diferente dos EUA por isso não é assim tão simples dizer-se que o movimento em direção à igualdade de gênero nos EUA funcionaria da mesma maneira na Coreia do Sul.
Exigir o serviço militar pode não ser a única maneira da Coreia do Sul preencher as fileiras da defesa nacional mas é provavelmente a mais simples. Contudo, incluir mulheres no serviço ativo significaria que o país inteiro iria brevemente consistir de pessoas que teriam de algum modo servido no exército, o que não iria necessariamente mudar a cultura para melhor. De qualquer forma poderia suceder, mas, vendo  a variação que existe na subserviência [ou responsabilidade] dos homens em relação ao serviço militar não é provável que as mulheres da Coreia do Sul  se  juntem para de uma só voz exigirem tratamento igual na exigência do serviço militar. Se algum legislador propusesse que as mulheres fossem obrigadas a servir, controvérsias seriam inevitáveis, alguém iria sugerir que a exigência fosse totalmente eliminada, e aí teriam de enfrentar pessoas muito mais descontentes com o sistema, ou de começar a gastar muito mais em recrutamento, dando benefícios e isso para convencer pessoas suficientes a alistar-se.

Então e quanto ao ramo de soldado celebridade/relações públicas? Consigo entender a necessidade de ter alguns RP de modo a que as pessoas não se ressintam do sistema mais do que aquilo que já fazem e compreendo que os soldados necessitem de alguém que lhes aumente o ânimo de vez em quando, mas honestamente não compreendo a necessidade de musicais e sessões de fotos ou o que quer que chamam àquilo que os soldados celebridades normalmente fazem. É um tratamento especial, provavelmente em reação à massa de fãs que não quer ver o seu cantor favorito  na favela da frente, possivelmente para reduzir os casos de cidadãos trapaceiros como Yoo Seung Jun (Steve Yoo) e MC Mong. Seja qual for o caso, a minha impressão é que esta opção alternativa é reservada injustamente para as celebridades e isso quase que estraga todo esse objectivo de ter serviço obrigatório.
A obrigação de serviço militar surge claramente para fazer frente a uma necessidade. Percebo que possa ser uma ideia desagradável. Um dos meus amigos na Escola Secundária era cidadão coreano e quase regressou à Coreia para cumprir serviço militar. Ele não se sentia pronto para tomar essa decisão mas ele começara a sentir-se pressionado pela sua família quando a Coreia do Norte disparou um míssil. Toda esta ideia de entrar para o exército com uma certa idade tem algum significado para mim. É uma cultura muito diferente para que pessoas dos países que falam inglês se envolvam. Como fãs do entretenimento coreano, nós tentamos compreender mais quem são as pessoas e como estas estão afetadas pelas políticas, e é importante tentar entender o plano de fundo que leva muitas celebridades a fazer uma pausa momentânea nas suas carreiras.


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